Academia de Medicina da Bahia Scientia Nobilitat
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Licia Maria Oliveira Moreira
Licia Maria Oliveira Moreira
Titular - Cadeira 17
24/04/2023
20:00
Saudação proferida por Lícia Maria Oliveira Moreira na Solenidade de Posse de Crésio Aragão Dantas Alves na Academia de Medicina da Bahia

Excelentíssimo Professor Antonio Carlos Vieira Lopes 
igníssimo Presidente da Academia de Medicina da Bahia

Ao saudar o  Presidente da Academia de Medicina da Bahia, estendo os cumprimentos aos componentes da mesa, aos nossos confrades e confreiras,  às autoridades aqui presentes ou representadas, aos estimados colegas, senhores e senhores e de forma especial ao Dr.Crésio Aragão Dantas Alves e seus familiares.

As Academias trazem em suas tradições a institucionalização da imortalidade. Cada novo membro admitido compõe uma seqüência nas  Cadeiras Acadêmicas, herdadas através de gerações de pessoas meritórias.               

Tenho hoje como honrosa missão saudar o colega e amigo Crésio Aragão Dantas Alves que passará a ocupar a Cadeira Nº. 21 cujo patrono é o Dr.Francisco de Castro, primeiro ocupante Jayme de Sá Menezes e o último ocupante nosso querido confrade emérito Dr. Nilzo Augusto Mendes Ribeiro.

Agradeço a indicação do Professor Crésio Dantas Alves e a deferência da diretoria desta ilustre Academia  ao me designar para esta missão.

Saudar um novo Acadêmico constitui uma das mais maiores honras deste sodalício. Realmente trata-se de um momento especial para mim.

Para iniciar  a saudação farei  um breve histórico da vida familiar do Dr. Crésio Dantas Alves :                                                                                               

Nasceu em Vitória da Conquista ,no sudoeste da Bahia ,no dia  27 de setembro de 1957,de parto gemelar .Oriundo de  uma família de classe média, seus pais são Fernando Dantas Alves (in memoriam), médico cardiologista, e Denise de Aragão Dantas Alves, professora pública do ensino médio. Tem três irmãos: Fernando Dantas Alves Filho (seu irmão gêmeo), administrador de empresas; Octávio Alberto de Aragão Dantas Alves, engenheiro civil , Frederico de Aragão Dantas Alves, pecuarista  e  sete sobrinhos . A família de seu pai tem origem em Lençóis, na Chapada Diamantina do Estado da Bahia. A família de sua mãe, descende, do lado paterno de imigrantes portugueses e do lado materno de habitantes de Vitória da Conquista. Foi criado na religião católica, Cursou o primário e ginasial  no Colégio São Tarcísio, em Vitória da Conquista, uma escola particular, que se dedicava à educação formal e humanística. Concluído o ensino fundamental, ele e seu irmão gêmeo, vieram  para Salvador, estudaram no Colégio Dois de Julho, uma escola particular de orientação e currículo pedagógico de protestantes norte-americanos. Morou dois anos na casa de seus tios e posteriormente em um pensionato onde considerou ter tido uma ótima experiência de vida, ao conviver com pessoas de várias cidades do Estado. Entre o final do 2º ano colegial e início do 3º ano, aos 16 anos, foi para os Estados Unidos, em um programa de intercâmbio estudantil, quando refere que solidificou sua  incipiente maturidade ao viver longe da  família. Ao final do 3º ano colegial, fez vestibular para Medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), ambas em Salvador. Foi aprovado nas duas e escolheu a UFBA.. pela tradição, e por ser uma universidade pública e com isso não dar mais despesas para os pais. A decisão de fazer medicina foi influenciada pela convivência e exemplo do pai, médico cardiologista, mas generalista em uma cidade do interior. Em março de 1975, aos 17 anos, iniciou o curso de Medicina .Em janeiro de 1976, aos 18 anos, quando estava em Vitória da Conquista, na casa dos pais, em  férias, surgiu uma intercorrência que mudou a sua  vida para sempre: ficou paraplégico em decorrência de uma mielite viral transversa. Veio para Salvador, ficou internado, foi submetido a procedimento cirúrgico, mas a lesão já  havia comprometido irreversivelmente a medula. Agradeçe muito à equipe médica que o atendeu não só pela assistência  mas  também  pelo cuidado na abordagem do seu prognóstico. Após ter alta do hospital, trancou a matrícula. A família  buscou recursos de assistência médica no Rio e Saõ Paulo, onde aprendeu na AACD(Associação de Assistência à Criança Deficiente) a ser independente com o uso da cadeira de rodas, permitindo que voltasse para Salvador com mais autonomia para realizar as atividades da vida diária Retornou às atividades acadêmicas no segundo semestre de 1976, encontrando ,conforme relata ,uma arquitetura hostil às pessoas com deficiência em Salvador, inclusive na própria faculdade de medicina, no Vale do Canela, na qual tinha de ser carregado dois a três andares de escada para assistir aulas. Essa falta de acessibilidade era universal em todos as edificações públicas e privadas da cidade, impedindo o ir e vir, tanto dele , como de outras pessoas com necessidades especiais, limitando ou proibindo o acesso à educação e ao lazer. Isso não o desanimou nem a seus pais, irmãos e primos, que faziam questão que ele fosse a todos os lugares mesmo que carregado . Em 1980, participou da organização do “1º Encontro Nacional de Entidades de Pessoas com Deficiência”, que ocorreu, em Brasília-DF, como preparação para o “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”, proclamado pela Organização das Nações Unidas para ocorrer, em 1981, com o lema “Participação plena e igualdade. Ele ,a família e um grupo de amigos fundaram, em 9 de janeiro de 1981, a Associação Baiana de Deficientes Físicos (ABADEF), cujas primeiras reuniões foram  em sua casa e posteriormente no Colégio Maristas, em uma sala disponibilizada pelo então diretor, o Irmão Aquiles. A ABADEF, foi criada como uma organização não governamental, sem fins lucrativos, com o objetivo de conscientizar a população sobre os direitos das pessoas com deficiência, pressionar o poder público a tomar medidas que permitam a inserção desses indivíduos na sociedade e auxiliá-los no processo educacional e laborativo. Fica   orgulhoso ao constatar que em um país com tantas dificuldades, após 42 anos de sua fundação, a ABADEF ainda continua atuante, inclusive tem um bloco de carnaval chamado de “Me deixe à vontade”, criado em 1993, tendo como padrinho, Osmar Macedo, um dos inventores do trio elétrico.                                                                                                                 

Em paralelo, seguiu a  graduação em medicina enfrentando grandes dificuldades, mas como disse Martin Luther King : A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio” e foi a luta pelos seus ideais.

FORMAÇÃO ACADÊMICA- Sua graduação  não foi fácil pela falta de  mínima acessibilidade mínima na faculdade, institutos e hospitais. Contou com o incansável apoio e estímulo da  família e a ajuda dos colegas de curso .Dentre os vários colegas, destaca Mauro Muiños Andrade; Newton Carneiro de Souza Filho, Célia Neder Kalil e Antônio Mangabeira França. .Durante os seis  anos da graduação, dedicou-se com afinco aos estudos, obtendo pontuação, acima da média, em todas as disciplinas. Contribuíu com o Diretório Acadêmico de Medicina, colaborando com documentação histórica.  Durante a graduação, não teve oportunidade ou incentivo à pesquisa científica. Complementou sua formação acadêmica como  Estagiário do Pronto Socorro do Hospital Getúlio Vargas, Instituto de Perinatologia da Bahia (IPERBA), Maternidade Tsylla Balbino e Hospital Couto Maia. No 6º ano, ao fazer o rodízio no Departamento de Pediatria percebeu que cuidar de crianças e adolescentes seria a sua especialidade médica. Em julho de 1981, concluiu o curso de Medicina, tendo sido o orador da turma.  No final desse mesmo ano foi aprovado no concurso para Residência Médica em Pediatria, no Hospital Universitário Prof. Edgard Santos (HUPES), da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal da Bahia.

RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA - Ingressou na Residência Médica em Pediatria do HUPES, em março de 1982. Teve oportunidade de conviver com excelentes professores como Nelson de Carvalho Assis Barros, Gregório Abreu Santos, Sabino Silva, Geraldo Serra, Licia Maria Oliveira Moreira, Déa Mascarenhas Cardoso, Vanda Maria Mota Miranda, Luciana Rodrigues Silva, Raimundo Santana, dentre outros que muito contribuíram para sua formação pediátrica. Também, foi contemporâneo de colegas que hoje são referência em suas áreas de atuação na Bahia como, por exemplo, Maria Betânia Pereira Toralles, Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas, Cícero Fidelis Lopes, Jorge Luiz Andrade Bastos, Reine Marie Chaves Fonseca, Angela Hiltner, Jacy Andrade, Tarcísio Andrade, Paulo Roberto Tanuri Marques, Hans Walter Ferreira Greve, Marcia Helena Oliveira Porto, Regina Maria Brasil Santos, Hugo da Costa Ribeiro Junior. Embora o HUPES, fosse um hospital com poucos recursos, os professores e funcionários da Pediatria se esforçavam para manter uma assistência e ensino de qualidade .A riqueza e diversidade dos casos clínicos  atendidos aliado à dedicação da equipe médica, fizeram com que aprendesse, com qualidade, a puericultura e as principais doenças pediátricas. Durante a Residência, já sonhava com a possibilidade de complementar sua  formação médica nos Estados Unidos e preparar-se para uma futura atividade clínica e docente. No estágio  opcional da Residência em Pediatria, foi para Florianópolis fazer Estágio na UTI Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão,  fêz vários amigos inclusive  Dra. Leonice  Tobias, que muito estimulou nas suas atividades pessoais, profissionais e humanísticas. Durante esse Estágio, ao fazer uma visita à UTI Pediátrica do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, conheceu um professor da University of Miami School of Medicine (UMSM), que lhe convidou para fazer um curso de pós-graduação em fisiopatologia na universidade, o que de pronto aceitou. Concluíu a Residência em Pediatria, em março de 1984 e, em julho do mesmo ano, foi para os Estados Unidos, prosseguir a  formação médica, com uma bolsa  que solicitou e foi deferida pelo  Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

FELLOWSHIP EM ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA  - Em julho de 1984, chegou em Miami iniciando em seguida seu  Fellowship.    Foi um período de enorme aprendizado, ao trabalhar em uma universidade norte-americana particular, cujo hospital de ensino era público, o Jackson Memorial Hospital (JMH).Além da assistência aos pacientes, em ambulatórios diários, também tinha atividade em laboratório. No Laboratório de Tireoide, teve oportunidade de aprender noções de bancada e de pesquisa básica, até então inexistentes em sua formação, com dois dos principais pesquisadores em tireoide de então: Margita Zakarija e J. Maxwell McKenzie. Também, teve oportunidade de redigir artigos científicos, capítulo de livro, ir para os congressos da especialidade para atualizar-se e eventualmente apresentar trabalhos, e, tudo isso, custeado pela universidade.  Para  fazer o Fellowship em Endocrinologia Pediátrica  necessitou  revalidar seu diploma junto ao “Educational Commision for Foreign Medical Graduates – ECFMG” e realizar as três provas do “United States Medical Licensing Examination (USML)”. Foi aprovado e aceito para o Fellowship de Endocrinologia Pediátrica na UMSM. Concluído o Fellowship, foi convidado e aceitou permanecer na Endocrinologia Pediátrica da UMSM, como Clinical Research Assistant Professor, cargo que ocupou por três anos, até o retorno ao Brasil em 1991.

PÓS-GRADUAÇÃO STRICO SENSU: DOUTORADO - Em 2003, se  inscreveu para o doutorado na seleção do Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde (PPgMS), da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal da Bahia com o projeto de pesquisa “Polimorfismo do HLA de Classe II em pacientes miscigenados com diabetes melito tipo 1”, estudo original para identificar fatores genéticos na etiologia do diabetes melito tipo 1, em crianças e adolescentes miscigenados no Estado da Bahia. A orientadora foi Maria Betânia Pereira Toralles, colega e amiga do Departamento de Pediatria, e com grande experiência tanto em endocrinologia, como em genética. O estudo foi viabilizado através de Bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB); pela colaboração do Laboratório de Imunologia, do Instituto de Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Bahia, chefiado pelo Prof. José Roberto Meyer; e pela realização das tipagens do HLA pelo farmacêutico do HUPES, Gildásio Carvalho. Defendeu a Tese de Doutorado, em  setembro de 2007. A partir de então, pode  acrescentar a pesquisa clínica às atividades de assistência e ensino. Criou um Núcleo de Pesquisas em Endocrinologia Pediátrica, e com isso, a produtividade em pesquisa clínica e publicação teve início. 

ATIVIDADES PROFISSIONAIS  - Como dizia Paulo Freire “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” e o Dr. Cresio encontrou nas atividades docentes assistenciais e de pesquisa um caminho para suas realizações  e construção de mudanças.

PROFESSOR-  Em 1988 foi convidado a permanecer na UMSM, como Professor Assistente de Endocrinologia Pediátrica, tendo permanecido no cargo até final de 1991

PROFESSOR NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA -Retornou ao Brasil e em janeiro de 1992, trabalhou como preceptor voluntário no Ambulatório de Pediatria do HUPES, onde teve a oportunidade de conviver com mestres da Pediatra como Gregório Abreu Santos, Dea Mascarenhas Cardozo e uma jovem professora, Luíza Amélia Cabus Moreira, que eram os professores desses ambulatórios. Em setembro de 1992,  fêz concurso para Professor Auxiliar de Pediatria da UFBA, sendo aprovado em primeiro lugar. Em janeiro de 1993, teve início a carreira docente na Universidade Federal da Bahia ,onde  atualmente é Professor Associado Nível 4, sendo que na próxima progressão, irá habilitar-se a Professor Titular. Em 1993, os Ambulatórios de Pediatria Geral se mudaram para o Centro Pediátrico Prof. Hosannah de Oliveira, anexo ao HUPES, onde trabalhou   a maior parte do tempo com a Profa. Vanda Maria Mota Miranda, tornando os ambulatórios produtivos e atraindo vários estudantes e Residentes de Pediatria para as discussões. Em 2005, doze anos após o inicio de suas atividades no Departamento a Profa. Vanda Maria Mota Miranda, então Chefe do Departamento de Pediatria, autorizou a criação de um ambulatório de Endocrinologia Pediátrica, frequentado por acadêmicos de medicina e Residentes de Pediatria, e coordenado por ele e pela Profa. Isabel Carmen Fonseca Freitas.Com o passar do tempo, foi aberto mais um Ambulatório para permitir atender à grande demanda de pacientes. Estagiaram  ou fizeram Residência de Endocrinologia nestes Ambulatórios, a grande maioria dos atuais  Endocrinologistas Pediátricos, do Estado da Bahia e também profissionais que atuam em  outros estados do Brasil.                                

MÉDICO DO HOSPITAL GERAL ROBERTO SANTOS  Em 1984, próximo ao final de Residência em Pediatria, fez concurso para Pediatra da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Trabalhou por 6 meses, Em 1992, ao retornar para o Brasil, foi designado para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, com a tarefa de criar um serviço de Endocrinologia Pediátrica para a rede hospitalar do Estado, uma vez que o Centro de Referência em Endocrinologia e Diabetes do Estado da Bahia (CEDEBA), tinha atribuições ambulatoriais e muitos pacientes com distúrbios endócrinos que  precisavam de atendimento e acompanhamento hospitalar. Em 2006, após a criação do Estágio e depois da Residência Médica em Endocrinologia Pediátrica do HUPES, foi feito  um convênio com o HGRS para que os Residentes de Endocrinologia Pediátrica do HUPES, fizessem rodízios nos ambulatórios e nas unidades de internamento do hospital, ampliando, em muito, os atendimentos e fornecendo aos Residentes um novo campo de prática e aprendizado. Ainda  hoje, esse é o único serviço hospitalar de Endocrinologia Pediátrica, da rede estadual de saúde e conta atualmente com  quatro endocrinologistas pediátricas  contratadas: Renata Andion Arruti, Renata Villas Boas Andrade Lima, Julia Constança Conceição Souza Fernandes e Zilda Maria  Del Rey, todas ex-residentes do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do HUPES. Em  2020,  aposentou do HGRS orgulhoso e feliz por tudo o que foi construído e com a esperança que o Serviço irá melhorar, muito mais.    

MÉDICO DO HOSPITAL SÃO RAFAEL- Em 1992, ao retornar ao Brasil, soube de um moderno e bem equipado hospital, chamado Hospital São Rafael (HSR), que pertencia à Fundação Monte Tabor, da Itália. Como o hospital não tinha endocrinologista pediátrico, com o apoio do  chefe do Serviço de Pediatria do HSR, Dr. Nelson de Carvalho Assis Barros, propôs a Dra Liliana Ronzoni (diretora médica) o início da Endocrinologia Pediátrica no hospital, foi contratado para o hospital para dar  plantões semanais  na Emergência Pediátrica, criar um ambulatório por semana de Endocrinologia Pediátrica e responder consultas e acompanhar pacientes de convênios ali internados . O HSR contava com ótimos pediatras ,  a  excelente  equipe de Oncologia Pediátrica com Dra. Nubia Mendonça na coordenação, e a renomada equipe de Cirurgia Pediátrica com Luis Carlos Medrado Sampaio como coordenador.Com o passar dos anos, saiu dos  plantões e foi aumentada a sua carga horária ambulatorial na endocrinologia pediátrica, ficou com esta atividade no HSR associada ao aumento da carga horária na universidade.

ATIVIDADES DE ORIENTAÇÃO ACADÊMICA 

GRADUAÇÃO: orienta no Departamento de Pediatria, da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal da Bahia, alunos do Internato do  5º ano de medicina, nos Ambulatórios de Endocrinologia Pediátrica e atua como tutor dos alunos da graduação no desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso .  

PÓS-GRADUAÇÃO:

PROCESSOS INTERATIVOS DOS ÓRGÃOS E  SISTEMAS . Em 2008, passou a fazer parte do então criado Programa de Pós-Graduação Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPgPIOS), do Instituto de Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Bahia onde  coordena a disciplina ICS-A53, intitulada “Distúrbios Metabólicos dos Órgãos e Sistemas”,. Desde 2017, é o vice-coordenador do PPgPIOS. Durante esse período, orientou 24 alunos de pós-graduação sendo: 14 dissertações de mestrado e 10 de doutorado. No momento, está orientando 5 alunos: 3 dissertações de mestrado e 2 teses de doutorado. Até o presente, participou de 67 bancas de pós-graduação, sendo: 16, qualificação de mestrado; 20 dissertação de mestrado; 16, qualificação de doutorado; e 17, defesa de doutorado

PÓS-GRADUAÇÃO:  

RESIDÊNCIA EM ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA E PEDIATRIA Desde 2006, orientou 18 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de Residentes concluintes do Programa de Residência Médica em Endocrinologia Pediátrica do HUPES,  MED-807, com  trabalhos publicados em periódicos científicos. 

ATIVIDADES DE EXTENSÃO E REPRESENTAÇÃO   No período de 2006 a 2011, foi membro titular do Comitê de Ética em Pesquisa da Maternidade Climério de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia. Prestou consultoria ad hoc para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Fundação de Apoio da Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Desde 2010, faz parte do Departamento Científico de Endocrinologia Pediátrica, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).onde foi presidente no período de  2016 a 2022  ,foi presidente da comissão cientifica de três edições do Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia (COBRAPEM):Rio de Janeiro, Costa do Sauípe – Bahia(onde também foi o presidente do evento) e em Manaus .            Na gestão na SBP publicou vinte Documentos Científicos sobre temas de Endocrinologia Pediátrica, atualizando os pediatras, de forma prática, quanto a abordagem  dessas doenças. Outra importante ação, foi criar a Matriz de Competência na Área de Atuação da Endocrinologia Pediátrica em conjunto com a Comissão Nacional de Residência Médica. Desde  2020 atua no Serviço de Teleconsultoria Especializada (uma parceria da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal da Bahia, com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia,)  cujo objetivo é de auxiliar médicos e dentistas das Unidades Básicas de Saúde de 417 municípios na Bahia, descentralizando os atendimentos e reduzindo a necessidade de deslocamentos do interior para a capital. Desde 2021, faz parte da diretoria da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), atuando na divulgação das ações da sociedade relacionadas à triagem neonatal, tanto para os profissionais de saúde como para o público leigo.Tem participação no  Conselho Fiscal da Sociedade Baiana de Pediatria, também é membro da Associação Baiana de Medicina (ABM) e do Sindicato dos Médicos da Bahia (SINDIMED.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA - ARTIGOS CIENTÍFICOS PUBLICADOS   Publicou 138 artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais.Três livros publicados/Organizados:  “Cartilha do Diabetes” em 2007; em 2010, “Fluxogramas: Endocrinologia para o Pediatra” e em  2019 “Endocrinologia Pediátrica, livro, com 834 páginas, distribuídas em 60 capítulos”  

CAPÍTULOS DE LIVROS PUBLICADOS Redigiu 28 capítulos de livros científicos e apresentou 222 trabalhos em eventos científicos nacionais e internacionais

EDITOR E REVISOR DE PERIÓDICOS CIENTÍFICOS - 2009-2011- Corpo editorial da “Revista Brasileira de Promoção a Saúde”, da Universidade de Fortaleza – CE. Entre 2015-2018- Corpo editorial internacional do “Indian Journal of Endocrinology and Metabolism”. A partir de  2018 é Editor Associado do “Jornal de Pediatria” revista de grande impacto no Brasil. Desde 2007, atua como Revisor de 58 periódicos científicos, inclusive da revista “The New England Journal of Medicine”. 

ATIVIDADES DE HUMANIDADES   “A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são” Fernando Pessoa    Prof. Crésio referiu no seu Memorial que sempre, gostou  de Humanidades e que é seu grande hobby .Em 2010, incluiu atividades de Humanidades no currículo do Programa de Residência Médica em Endocrinologia Pediátrica do HUPES, ao perceber que a ausência do ensino de Humanidades Médicas na  faculdade, vinha levando os médicos a separar: o sentir, do saber; a anamnese e o exame físico, dos exames complementares; a dimensão psicossocial, da biológica; o afeto, da técnica; e a empatia, do necessário distanciamento. A alteração biológica passou a ser ‘o tudo’. O foco da anamnese e exame físico limitados à sintomatologia da doença, seguidos por inúmeros exames complementares. Constatou que era necessário iniciar, ainda que com atraso, o resgate das Humanidades na prática médica a fim de superar o antagonismo entre o tecnicismo e o humanismo; cuidar do paciente na integralidade; usar a relação médico-paciente como recurso terapêutico; se aproximar de quem sofre; e sensibilizar o médico a ver o outro. A princípio, essa proposta foi vista com desconfiança e descrédito mas,com o passar do tempo a noção de que essa atividade é importante para a formação médica, tem se solidificado.  Além da inserção na sua prática clinica vem usando  no Instagram (@alvescresio), com sucesso, textos mais curtos para atingir maior número de pessoas e ampliado  para não médicos. Essas atividades são distribuídas em áreas temáticas: poesia, contos, crônicas, história, ética, psicologia, antropologia, sociologia, folclore, pintura, escultura, cinema, televisão, heráldica, dentre outras.

CONCLUSÕES: Concluo registrando a imensa satisfação por   apresentar  um colega, e agora confrade, a quem sempre tive  admiração pelas qualidades éticas e morais, que  pautou sua vida  profissional e de cidadão.Com dignidade, enfrentou grandes desafios mas sua persistência ,dedicação e  capacidade de luta têm sido enormes ,uma inspiração para todos. Criou a Associação Baiana de Deficientes Físicos (ABADEF) aos 23 anos. Foi  Fellow e Professor  da Universidade de Miami, construiu serviços de Endocrinologia Pediátrica no Hospital Roberto Santos, no Hospital Edgard Santos e  no Hospital Saõ Rafael, formou pediatras do nosso Estado e de outros estados do Brasil, instituiu Residência de Endocrinologia Pediátrica no HUPES, é professor da UFBA há 40 anos, participa do Programa de Pós-Graduação Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPgPIOS) do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA, desde 2008, sendo membro do Colegiado desde 2011, e Vice-Coordenador, desde 2017, é membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), Sociedade Baiana de Pediatria (SOBAPE), Associação Baiana de Medicina (ABM) e do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (SINDIMED. Tem forte atuação em Humanidades na sua pratica diária e com o seu Instagram. Produziu conhecimentos com muitas publicações tanto em endocrinologia pediátrica como em Humanidades e agora na nossa sexagenária Academia de Medicina da Bahia  continuará  sua  grande missão de unir a ciência médica as humanidades, desenvolvendo atividades culturais e humanísticas, transformando pessoas.                                                                                          

 Bem-vindo à Academia de Medicina da Bahia, estamos muito felizes  em tê-lo como um dos nossos pares , que o Menino Jesus de Praga   o proteja  e ilumine !     

Muito obrigada!

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