Senhor presidente Acadêmico Prof. Dr. Cesar Augusto de Araújo Neto, em seu nome saúdo os componentes da mesa diretiva.
Senhoras e senhores,
As portas do frontispício da Academia de Medicina da Bahia estão abertas, hoje, para recebê-los, nobres confreiras e confrades, convidados e familiares que nos honram, para a tomada de posse da Dra. Clarissa Maria de Cerqueira Mathias.
Outro lugar não poderia ser mais adequado para o ato, que o Salão Nobre da bicentenária Faculdade de Medicina da Bahia. Aqui está a nossa sede, a única desde a fundação do nosso sodalício em 1958, implantada, como escreveu o saudoso professor honorário da Faculdade de Medicina da Bahia Dr. Antonio Carlos Nogueira Brito, “em chão sagrado, ungido, consagrado, abençoado pelos Deuses da Medicina. Este é o chão do santuário da medicina primaz do Brasil “.
Estatutariamente, cabe ao confrade presidente da Academia, no caso o nobre acadêmico professor Cesar Augusto de Araújo Neto. designar um dos seus pares para fazer a saudação ao novel acadêmico. Ao ser indicado, surpreso, disse-me o augusto presidente ter sido um pedido da acadêmica a ser empossada e acatado pela diretoria.
Confesso-lhes ter ficado perplexo diante de tamanha honraria e responsabilidade, ao reconhecer que o meu dom de oratória, por não o possuir, é superado por vários confrades que fariam bem melhor do que o humilde acadêmico designado para fazer o panegírico a Dra. Clarissa Mathias.
Panegírico na linguagem acadêmica vem do latim panegyricus e do grego panegyrikós, que significa discurso de elogio e louvor a alguém; que elogia ou louva, exalta.
A Dra. Clarissa Mathias merece um laudatório de elogio, louvor e exaltação por sua trajetória de vida em favor da medicina exercida com amor e proficiência.
Ainda procurando entender a razão por ter sido escolhido para ocupar este sagrado púlpito para proferir o panegírico em louvor à recipiendária, não encontro outra além da gratidão, definida por Tao Tse filosofo e escritor da antiga China , como “a memória do coração”.
A confreira Eliane Azevedo, a querida Irmã Elisa, disse-me “que se a escolha foi por gratidão, foi a melhor possível. Nada é mais sublime do que esse sentimento, é o sentimento que nasce do coração espontaneamente em determinadas circunstâncias, nasce com raízes profundas de modo que nunca deixa de frutificar na vida da gente. Gratidão é a melhor virtude que nós humanos podemos conservar principalmente nesse mundo atual”.
Já o confrade Ronaldo Jacobina define gratidão como: “gratidão é o obrigado como agradecimento, ficar ao outro vinculado, é a gratidão em nível mais profundo e sem igual, só encontrado na língua portuguesa “.
Mas por que a gratidão?
Tinha Clarissa 14 anos e estudava no Colégio Antonio Vieira. Nas traquinagens próprias da adolescência sofreu uma queda e ao bater o queixo no chão resultou um ferimento lacero-contuso.
Minha filha Luciana, hoje também médica, então sua colega, levou-a ao nosso consultório ainda na Clínica São Lucas, situada defronte do Colégio.
Ela foi acolhida com muito amor e tratada com muito carinho. Ousadamente, e, correndo riscos, suturei o ferimento no rosto da bela adolescente, sem deixar cicatriz alguma, felizmente.
Eis a razão da gratidão, a única a meu ver. Certamente, gratidão pelo acolhimento paternal recebido.
Gratidão é um feliz predicado da Dra. Clarissa, também dedicado a seus professores.
Diz no seu memorial: “Não posso deixar de citar tantos professores ao longo da minha vida. Mestres da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, como o Dr. Rodolfo Teixeira, Dr. Thomaz Cruz, Dr. Armênio Costa Guimarães, Dr. Heonir Rocha, Dr. Octavio Messeder, Dr. Luís Erlon Rodrigues, nossos confrades, Dra. Célia Nunes, Dra. Fátima Rodrigues, responsáveis por ensinamentos, memórias e por tantos exemplos de como é ser médico, de como ser líder e de como nós podemos melhorar a vida das pessoas”.
É também grata a sua mestra Dra. Gildete Lessa, definida como uma pessoa de lisura impecável e que marcou a sua vida em todos os sentidos.
Igualmente, reconhece a importância e é grata aos seus mestres que a guiaram durante a residência de Clínica Médica, Dr. Donald Kaye, Dr Alan Tunkel, Dr. Octávio Messeder, Doutora Oksana Korsanoff, e tantos outros, “que tanto me ensinaram, que tanto me iluminaram, que tanto me mostraram como é maravilhoso poder servir ao próximo”, escreve no seu memorial.
Por fim, expressa gratidão a D. Damiana e a D. Eliza, pelo trabalho, apoio e tranquilidade que ambas ofereceram à sua tarefa no lar.
Dados biográficos:
A novel acadêmica nasceu em Salvador no dia 14 de setembro de 1967, filha de Roberto Lima Mathias da Silva, engenheiro e D. Ana Maria Cerqueira Mathias da Silva, professora.
É neta do acadêmico imortal Dr. Eduardo Dantas de Cerqueira, ex-professor da Faculdade de Medicina da Bahia e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, primeiro ocupante da cadeira de número 7, que tem como patrono o Dr. Antonio Borja e ocupante atual o Dr. José Neiva Eulálio.
Primogênita, tem quatro irmãs, Andréa, Helena, Virgínia e Roberta.
É casada com o Professor Dr. César Garcia Machado a quem conheceu como médico residente, quando cursava o terceiro ano de medicina. Juntos, têm três filhos, Maria Cecília Mathias Machado, médica, casada com o médico reumatologista Dr. João Dantas, pais da netinha Maria Isabel; Roberto Mathias Machado, médico residente de Oftalmologia na Santa Casa de Misericórdia do Estado de São Paulo e Maria Luísa Mathias Machado, estudante de medicina na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Na sua história de vida, diz a Dra. Clarissa “Quando eu decidi fazer Medicina, meus pais, a princípio, se assustaram porque meu avô o já citado Dr. Eduardo Dantas de Cerqueira, sempre desencorajou seus filhos a serem médicos. Ele afirmava que os “médicos modernos” não tinham tanta compaixão como quando ele praticava a medicina. Mesmo contrariando a sua vontade, ela resolveu ser médica.
Formação médica:
Em 1986 foi aprovada nos vestibulares da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública e da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, tendo optado por cursar a segunda cujo curso era extremamente bem avaliado.
“Hoje, olhando retrospectivamente, não faria outra escolha. Tenho absoluta certeza de que esse é o meu propósito e esse é a minha missão “, afirma a Dra. Clarissa.
Durante o curso cita ter encontrado grandes mestres a exemplo dos professores e acadêmicos imortais Heonir Rocha, Thomaz Cruz, Rodolfo Teixeira, Almério Machado, dos atuais acadêmicos Luciana Rodrigues e Luiz Erlon Rodrigues, além de Gilberto Rebouças, Luiz Guilherme da Costa Lyra e Célia Silva.
Sua primeira experiencia no exterior deu-se quando cursava o quinto ano de medicina. Com a ajuda do acadêmico emérito Professor Luiz Erlon Rodrigues, foi convidada a passar seis meses no Hôpital Henri Mondor, Paris X, estudando biologia molecular.
Lá, apaixonou-se pela oncologia.
Diplomou-se em 1991, pela Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.
Durante o internato, em 1991, foi orientada pela Dra. Gildete Sales Lessa, oncologista clínica. Diz a Dra. Clarissa que, “a partir do primeiro encontro, tornou-se uma mãe para mim. Ela me mostrou a paixão de ser oncologista e me ensinou como cuidar de um paciente”.
Residência médica e especialização
Em 1991 iniciou a residência de hematologia no Hospital Professor Edgard Santos, mas no segundo mês o acadêmico Prof. Dr. Octavio Henrique Coelho Messeder que se encontrava nos Estados Unidos, lhe ofereceu uma vaga de residente em Medicina Interna no Medical College of Pensylvannia.
Acatado o convite do confrade, acompanhada do marido professor César Machado e da filha Maria Cecília, embarcaram na jornada em nome de um propósito maior para eles, assim pensaram.
Conta o confrade professor Octavio Messeder:
“Soube que a Dra. Clarissa uma vez graduada pretendia fazer pós-graduação na França. Em conversa, lhe convenci que deveria fazer residência em clínica médica, inicialmente, e, após, o fellowship em oncologia, na Pensilvania. Lembrei quão importante este processo foi bom para o Prof. Gilson Feitosa e para mim no passado. Daí por diante foi muito trabalho e muito brilho”.
Em 1995, foi convidada pelo Diretor do Programa, Dr. Alan Tunkel, para ser residente chefe de Medicina Interna. Durante este período, foi incorporada ao quadro de Preceptores do Hospital dos Veteranos da Filadélfia e do Medical College of Pennsylvania.
Concluída a residência, iniciou o fellowship em oncologia na mesma universidade da Pensilvania, renomada Universidade fundada por Benjamin Franklin.
Mais tarde, passou a integrar o quadro de Professores da Universidade da Pensilvânia tendo trabalhado com Dr. Daniel Haller, referência mundial da Oncologia, por mais de dez anos, como sua assistente.
Em 1999, concluída a residência médica foi aprovada no American Board de Medicina Interna no Board de Hematologia e no Board de Oncologia do American Board of Medical Specialties.
Retornou ao Brasil, no ano 2000 e nesse mesmo ano foi aprovada como especialista pela Sociedade Brasileira de Cancerologia.
Em 2005 concluiu o Doutorado em Medicina e Saúde da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, defendendo tese com o título “Medicina e Saúde” tendo como professor orientador o Dr. Auro Del Giglio, oncologista clínico professor titular da Faculdade de Medicina da Fundação ABC, em São Paulo.
No mesmo ano de 2005, cursou o MBA de Gestão em Saúde da Fundação Getúlio Vargas descrita como uma experiência valiosíssima na sua carreira.
Atividades profissionais
No seu retorno, decidiu por se dedicar ao serviço de Oncologia do Hospital São Rafael, com o intuito de ensinar e fazer atendimento clínico, tendo estabelecido uma forte conexão com estudantes de medicina ao longo de dez anos.
Mais tarde, no entanto, recebeu convite para montar o Serviço de Oncologia no Hospital Português, o que a motivou encerrar o vínculo com o Hospital São Rafael.
“Tenho orgulho de ter sido parte do Hospital São Rafael”, diz a nossa recipiendária.
No Hospital Português o grupo chefiado por Dra. Clarissa montou o serviço ambulatorial de referência e implementou melhorias significativas na área de internação, beneficiando inúmeros pacientes, além da criação de duas vagas de residência em Oncologia Clínica.
Há três anos foi convidada para assumir o Serviço de Oncologia do Hospital Santa Izabel.
Destaca a Dra. Clarissa, “Neste Hospital, encontrei a oportunidade de realizar um sonho muito grande, tanto do ponto de vista assistencial como acadêmico. Tem sido um desafio tornar o Hospital um centro de qualidade e eficiência no atendimento oncológico e, ao mesmo tempo, referência no ensino na área de oncologia clínica, sob o olhar cuidadoso do Dr. Gilson Feitosa, coordenador da Residência de Clínica Médica e Diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Santa Izabel, que figuram entre as residências mais concorridas do país”.
Concomitantemente, criou a Disciplina Optativa de Oncologia para alunos da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Dotada de forte vocação acadêmica, criou também a Liga de Oncologia da Faculdade de Medicina da Bahia dedicando-se a atividades com estudantes de medicina.
Atividades associativa:
É Membro do Conselho Médico, do Conselho Administrativo e da Comissão Científica do Grupo Oncoclínicas, coordenando o Programa de Câncer de Pulmão. Também é membro do Comitê Internacional da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
Em 2017, foi eleita para ocupar a Cadeira da América Latina no Conselho do International Association for the Study of Lung Cancer.
Nesse mesmo ano de 2017, ingressou na Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica eleita para o cargo de Secretária Geral e pelo seu desempenho e credibilidade, em 2019 , foi eleita Presidente, a segunda mulher a alcançar o cargo em 40 anos de história da Sociedade. Como presidente, intensificou sua atuação junto ao Legislativo Federal com o objetivo de discutir estratégias para ampliar o acesso da população ao cuidado oncológico na rede pública e na saúde suplementar, incorporação de novas tecnologias em oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em especial tratamentos para pacientes com câncer de mama, melanoma e pulmão.
Em 2023, foi eleita Track Líder de câncer de pulmão metastático, da programação do Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
Pesquisa clínica e atividade acadêmica
Como membro do Núcleo de Pesquisa do Núcleo de Oncologia da Bahia, desenvolveu mais de uma centena de trabalhos de pesquisa que foram publicados ou apresentadas em vários congressos.
Faz parte do Corpo Editorial do Brazilian Journal of Oncology, publicação conjunta da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e Sociedade Brasileira de Radioterapia e do Conselho Editorial da Revista Científica do Hospital Santa Izabel, cujo editor chefe é o nosso confrade emérito Prof. Dr. Gilson Feitosa e do American Society of Clinical Oncology Post.
Participou de inúmeros eventos médicos nacionais e internacionais ministrando aulas, palestras, conferências, comunicações orais e apresentações em painéis.
Atividades Humanitárias
A Dra. Clarissa sente-se orgulhosa de fazer parte e de ter liderado a iniciativa de reabrir a Casa Solange Fraga em 2022. Essa instituição é responsável por acolher crianças e adolescentes com câncer e estava fechada por três anos. Por meio de uma parceria com a Santa Casa de Misericórdia e a Casa Cor, conseguiu reestabelecer as suas atividades e de participar ativamente de uma série de eventos beneficentes na Mansão do Caminho, declara.
Adepta da religião espírita, criou um Encontro Ecumênico online para levar um pouco de acolhimento para pacientes oncológicos.
Quando eu estava preparando a minha descrição sobre a Dra. Clarissa, parei neste ponto e me lembrei de ter lido de Cora Coralina:
“ O tempo muito me ensinou: ensinou a amar a vida, não desistir de lutar, renascer na derrota, renunciar às palavras e pensamentos negativos, acreditar nos valores humanos e a ser otimista. Aprendi que vale tentar do que recuar.... antes acreditar do que duvidar...o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a nossa caminhada”.
Assim vejo a trajetória de vida, a caminhada da nossa recipiendária, Dra. Clarissa Mathias.
Tendo optado pela oncologia tinha em mente a necessidade de cuidar e se dedicar a inúmeros pacientes que cada dia será maior pelo envelhecimento da população mundial. Antes, os pacientes morriam muito cedo por outras causas e não atingiam a idade em que o câncer é mais prevalente.
Sabe-se de que nos Estados Unidos atualmente, uma em cada três mulheres e um em cada dois homens desenvolverão a doença durante a vida.
Em alguns países o câncer será a causa de morte mais comum, superando as patologias coronarianas.
Diante dos fatos expostos, a assistência médica aos pacientes oncológicos exigirá a formação de mais especialistas.
O grupo de oncologia do Hospital Santa Isabel liderado pela Dra. Clarissa terá a missão de prepará-los para a cuidadosa assistência.
A Dra. Clarissa é uma oncologista que se depara diariamente com o sofrimento dos seus pacientes com câncer, até bem pouco chamado temerosamente “aquela doença” uma tarefa delicada.
Acolhe a todos, indistintamente, com muita atenção, carinho e docilidade. É solidária, afável, carinhosa, possuidora de um encantamento peculiar no cuidar dos seus pacientes, transmitindo confiança e esperança de cura.
Ouçam o depoimento do confrade professor honorário da Faculdade de Medicina da Bahia, Dr. Jorge Cerqueira:
“Clarissa Mathias além de ser profissional de grande competência é médica de enorme coração, dando amor e ternura aos seus pacientes.
Tratou, por longos anos, com extrema dedicação e tal doçura a minha querida esposa Ivete, que é adorada por toda a família.
Para o Dr. Siddartha Mukherjee, oncologista nascido na Índia e radicado nos Estados Unidos , no seu livro
“O Imperador de todos os Males – uma biografia do câncer,” a vida do câncer é um resumo da vida do corpo, sua existência é um espelho patológico da nossa. Mesmo em seu núcleo molecular inato, as células cancerosas são cópias de nós mesmos- dotadas de capacidade de sobrevivência, hiperativas, fragmentárias, fecundas e inventivas”.
Por isso, imagino, avaliar os efeitos da doença ser uma tarefa constante, curá-la uma ardente esperança.
Assim tem sido a caminhada de quem me concedeu o privilégio de saudá-la, ou mais bem definido, usando sentido da palavra panegírico, elogiar.
Elogiar desde o ponto de partida e a sua caminhada, que desejamos seja uma longa caminhada para benefício de tantos.
Na apresentação do seu memorial para concorrer a uma vaga de membro titular da Academia de Medicina da Bahia dificilmente conquistada pela concorrência, ela escreveu:
“A perspectiva de atuação como Membro Titular na Academia de Medicina da Bahia é extremamente inspiradora e repleta de oportunidades significativas. Ser aceita como membro nessa instituição com mais de seis décadas de história é a realização de um sonho, pois me permitirá fazer parte de um grupo seleto de renomados profissionais médicos que são referência na área ‘.
A despeito do nosso encontro inicial na clínica São Lucas, não nos víams com frequência, pois as nossas atividades profissionais levavam-nos por caminhos diversos.
Nos últimos anos, a cada encontro nosso, a Dra. Clarissa dizia-me que gostaria de tornar-se um membro titular da Academia, tamanha a admiração pela entidade e seus membros.
Aceitamos, novel confreira, as suas palavras como um compromisso de trabalhar pelo renome da academia, dedicando-se ao seu crescimento e pelos princípios do seu regimento e estatuto.
Fui buscar outra vez em Lao Tsé, uma expressão que definisse a novel confreira Dra. Clarissa Maria de Cerqueira Mathias e encontrei:
“Quem conhece os outros é inteligente. Quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence os outros é forte. Quem vence a si mesmo é invencível”.
Assim enxergo o seu espírito humanístico, dedicado e vencedor.
Tentei fazer um laudatório de elogio, louvor e exaltação, um panegírico acadêmico, por sua trajetória de vida em favor da medicina exercida com amor e proficiência, como prometi no início da minha locução, espero que tenha conseguido.
Encerro lendo a mensagem que a sua mãe “na medicina”, como você a define, Gildete Salles Lessa lhe encaminhou:
Que a sua trajetória na Academia de Medicina da Bahia, seja marcada por sucesso e por valiosas contribuições à educação, pesquisa e às atividades culturais que enriquecem a prática médica.
Neste momento de sua admissão, é importante destacar o desafio contínuo de enfrentar doenças complexas, como o câncer, que impactam profundamente os pacientes e suas famílias. Inspirados pela sabedoria de Hipócrates, lembramos que nosso papel vai além da cura: envolve também o acolhimento e a busca por qualidade de vida.
Seja acolhida pelos membros da Academia Bahiana de Medicina, os membros atuais e por todos já encantados, representados pelos imortais acadêmicos JAYME DE SÁ MENEZES, URCÍCIO SANTIAGO E JOSÉ RAMOS DE QUEIROZ, IDEALIZADORES E FUNADADORES DA ACADEMIA DE MEDICINA DA BAHIA.
Você chega a uma entidade como foi descrita pelo imortal acadêmico Professor Jorge Novis:
“A Academia abrigando ideias que o tempo amadureceu, escoimada das asperezas que suscitam os ambientes de embate; serena, ser emoliente; sensata, sem ser indiferente; senhorial, sem ser elitizante, é o clima propício à meditação dos acontecimentos médicos contemporâneos sob a ótica ajustada da verdade; é a casa do pensamento onde os fatos encontram a decantação que a aliança com o tempo nos proporciona”.
Seja acolhida com as bençãos de Deus e dos Deuses da Medicina que habitam este sagrado panteão.
Muito obrigado,
Acadêmico Prof. Dr. Antonio Carlos Vieira Lopes
Cadeira número 26- Patrono Dr. José Adeodato de Souza