Exmo Sr. Presidente Prof. Dr. Antonio Carlos Vieira Lopes, ao cumprimenta-lo respeitosamente cumprimento: a ciência, a cultura e o saber, que são a essencia da Academia de Medicina da Bahia, que o senhor com tanta honradez e dignidade preside.
Neste momento tão solene peço vênia, para que em seu nome, senhor presidente, possa cumprimentar aos insignes componentes desta colenda mesa diretora, e extender estes cumprimentos aos dignissimos confrades e confreiras, membros titulares e eméritos deste silogeu.
Minhas Senhoras, meus Senhores, confrades e confreiras,
Ao ocupar o pulpito deste majestoso auditorio do Palacio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia, palco histórico de memoraveis reuniões academicas, o faço, com indisfarçavel regozijo, pela honraria singular que me é conferido de integrar a Academia de Medicina da Bahia na condição de academico titular da cadeira numero hum.
A academia se define como uma sociedade de pessoas para o culto da Arte, Cultura e Ciência. Por ser a medicina uma ciência e uma arte que envolve tecnologia e saber, estabelece os predicados que regem os fundamentos deste sodalicio ao reunir pessoas interessadas em: conviver, pensar, aprender e ensinar.
Fundada em 1958, a Academia de Medicina da Bahia, teve desde a sua criação a responsabilidade maior, de manter os preceitos históricos estabelecidos pela Escola de Cirurgia da Bahia, primeira Faculdade de Medicina do Brasil, difundindo de forma ampla e irestrita os valores que se transformaram nos pilares de sustentação idealizados pelos luminares da medicina bahiana em compartilhar: tradição, saber, ciencia, cultura e humanismo.
Observar estes pilares que ao longo dos anos sustentou este sodalicio, foi o motivo que despertou o desejo de aceitar o convite e o desafio do meu colega de turma e amigo, por quem nutro desde os bancos da faculdade uma especial admiração, o agora confrade, Roberto Badaró, para juntar-me a esta elite da ciência e do saber médico. Agradeço a possibilidade que os senhores, meus pares, tornados nesta reunião em Confrades e Confreiras, me conferiram ao analizar e julgar a história da minha jornada médica e nela encontrarem substancia para com muita generosidade me acolherem neste templo de luminares da medicina!
Tenham certeza senhores, que esta decisão foi a concretização de um sonho. O sonho de um dia me tornar academico, desta gloriosa Academia!
E aqui me apresento para juntar-me aos senhores, ufanado,
pronto para as responsabilidades de ocupar a cadeira número hum que tem como patrono o Professor Doutor Alberto Silva.
Minhas senhoras, meus senhores, meus Confrades e Confreiras, é mister desta casa atendendo aos principios que a rege e justifica a imortalidade dos seus ocupantes, que o novel academico, deva descrever a biografia do patrono e dos titulares que o sucederam.
Lamentando não ter tido a oportunidade de conviver com o patrono, Alberto Silva, e o primeiro academico titular da cadeira Urcicio Santiago, dou meu testemunho que ao fazer uma imersão nas suas biografias através dos Anais da Academia e os detalhes do discurso de posse do Prof. Tomaz Cruz, pude compreender claramente, a grandiosidade da vida de cada um deles, o quanto foram próximos, e as suas extraordinarias contribuições para a medicina, a cultura e a história da Bahia. Quanto ao último ocupante da cadeira número hum, a quem sucedo nesta solenidade, o meu querido Professor e mestre Thomaz Cruz, tive o inestimavel privilégio de ser seu aluno na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, conviver e admirar toda a sua trajetória como médico, professor, academico e presidente desta Academia.
Confrades Confreiras, senhoras e senhores, o que dizer de Alberto Silva, digno patrono desta cadeira. O que dizer de um homem que durante a sua existencia conseguiu com brilho invulgar, ser médico, professor, historiador, jornalista, homem de letras e ainda ser reconhecido como um admirável humanista.
Alberto Silva nasceu em Salvador, aos 09 dias de Janeiro de 1900, filho do magistrado e poeta Juvenal Almeida Silva e dona Ana América de Oliveira Silva. Diplomou-se em farmácia em 15 de março de 1924 e tornou-se doutor em medicina com a defesa da tese “O Pneumotorax Artificial no Tratamento da Tuberculose Pumonar”. Foi casado com Hilda Mascarenhas da Silva, com quem teve dois filhos, Hilberto Alves da Silva e Amaralis da Silva Andrade. A familia cresceu com quatro netos. Dois destes netos são filhos de Hilberto Silva e Neide Silva, uma querida amiga, que aqui se faz presente. Um dos seus netos, Augusto Alberto da Silva Andrade, e a bisneta, a médica Anna Karina Santana Kerckhof nos honram com a sua presença nesta cerimonia. Alberto Silva além da intensa atividade médica que desempenhou na sua especialidade de Tisiologia, no Dispensario Ramiro de Azevedo, na luta incessante contra a tuberculose, enfermidade de grande prevalência e de elevado indice de mortalidade populacional á época, publicou e apresentou numerosos trabalhos em periodicos e eventos científicos locais, nacionais e internacionais, abordando de forma sistematica estratégias para o controle e tratamento da tuberculose.
Inquieto, Alberto Silva voltou-se para a historiografia médica e dentre os seus trabalhos destacam-se: Anchieta – Apostolo da Medicina, A Flebotomia entre os Selvagens Brasileiros, Pioneiras da Medicina Sul Americana, e o extraordinario trabalho abordando A Doença de Castro Alves. Neste trabalho realizou uma análise histórico-clinica da enfermidade de Castro Alves e seus efeitos no comportamento e no texto do nosso poeta maior. No livro, A Primeira Médica do Brasil, publicado em 1954, foi muito além da informação biografica ao fazer ampla análise do ensino médico da Bahia do seculo XIX, além, de no seu texto esclarecer a polemica que conferiu a Rita Lobato Velho Lopes, formada pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1887, o título de Primeira Médica do Brasil. Exercendo a sua atividade como escritor dedicou-se a partir de 1950 á historia da Bahia, cujos trabalhos lhe conferiram em 1955 o premio da Academia Brasileira de Letras. Em 1957, Alberto Silva, publicou o que viria a ser sua obra prima que lhe conferiu reconhecimento internacional como escritor: Doña Juana La Loca, publicado pelas Ediciones Cultura Hispanica de Madri. O livro no formato de romance novelesco conta a saga da Rainha de Castela, filha de Felipe e Isabel, os dois Reis Católicos. Alberto Silva, além de membro Titular da Academia de Medicina da Bahia na cadeira número hum, foi membro da Academia de Letras da Bahia, membro fundador do Instituto Geografico e Historico e posteriormente seu presidente. Foi ainda, membro do Instituto Brasileiro da História da Medicina, da Academia Portuguesa de História e membro da Academia de Ciências de Madri.
Como sintetizar a luminosa vida de Alberto Silva? Medico: médico de formação, competente tisiologista, fez coexistir o seu trabalho na atividade clinica diaria tanto pública como privada, com pesquisa e divulgação dos seus trabalhos, reconhecidos como da melhor qualidade científica, além de conferencias na sua especialidade no Brasil e no exterior. Como Professor, além do ensino médio, foi professor Catedratico de Historia Economica e Geral na Faculdade de Ciencias Economicas da Universidade Federal da Bahia. Como Historiador, destacou-se pela excelência dos seus trabalhos publicados e premios nacionais e internacionais recebidos. Como Jornalista, manteve por muitos anos uma prestigiada coluna no Jornal A Tarde em cujos artigos semanais retratavam as histórias dos primeiros tempos da cidade do Salvador. Considerado um enamorado cronista dametrópole primaz do Brasil, a quem chamou: “a sempre digna, sempre resoluta, sempre devotada, sempre heroica, sempre, cidade do Salvador”.
Estas crônicas estão reunidas em volumes de livros: A Cidade de Tomé de Souza, A Cidade do Salvador - Aspectos Seculares, e A Primeira Capital do Brasil. Como Homem de Letras, publicou varios livros e foi por diversas vezes premiado. Dentre os premios recebeu de Gregorio Marañon a medalha Alfonso X, o Sabio, pela obra Doña Juana La Loca, a mais alta comenda estrangeira atribuido á época a um historiador brasileiro. Um Humanista: Assim descrito pelo historiador CID Teixeira: “Alberto Silva pertencia a estirpe dos que ainda puderam se beneficiar da vertente humanista que tanto foi presente na Escola do Terreiro de Jesus, mantinha permanente preocupação com os aspectos sociais da medicina”. Um grande Orador, e disso deu o seu testemunho o amigo Urcício Santiago: “onde quer que falasse, seu verbo ecoava forte e iluminava o ambiente, pela beleza da oratória e magnífica retórica”
O Professor Jayme de Sá Menezes definiu Alberto Silva como um individuo: “bom, conciliador, idealista, pronto a servir; como aquele que tem o peculiar desejo de estimular os moços… animado, resoluto, prestimoso!
Alberto Silva faleceu vitima de câncer aos 57 anos, em dezembro de 1957.
O primeiro titular a ocupar a cadeira número hum em sucessão a Alberto Silva, foi Urcício Santiago, a quem igualmente não tive o privilégio do convivio pessoal, mas a revisão acurada da sua biografia estabelece claramente a grandiosidade da sua vida e trajetória profissional, aliado a sua valiosa contribuição á medicina e á população da Bahia.
Urcicio Santiago nasceu em Salvador, em 05 de Agosto de 1914, filho de Miguel Santiago e Lourdes Andrade. Foi diplomado em Medicina em 05 de Dezembro de 1936 na Faculdade de Medicina da Bahia. Casou-se com a Dona Leonor Andrade Santiago com quem teve uma filha única, a Advogada Maria Lúcia Santiago. Além de médico, foi professor, jornalista, homem de letras e notável humanista.
Iniciou a sua atividade médica em 1940, na cidade de Castro Alves, onde além de médico desenvolveu ação consistente para livrar a cidade de uma infestação de mosquitos. A partir desta ação dizia-se que nascia ali o sanitarista. E de fato, em 1943 conquistou o diploma de Sanitarista do Instituto de Manguinhos no Rio de Janeiro. Nesta época, após concluir brilhantemente varias matérias do Curso de Organização e Administração Sanitaria do Departamento Nacional de Saúde foi nomeado Chefe do Serviço de Saúde do Interior.
Ocupou ainda os cargos públicos de Diretor Geral do departamento de Saúde e de Secretário de Estado da Educação e Saúde. Em 1944, viajou aos Estados Unidos onde na cidade de Boston realizou cursos de Saúde Pública na Universidade de Harvard. Após tres anos, retornou ao Brasil com o título de Mestre em Saúde Pública, não sem antes realizar estágio no Departamento de Saúde Pública do Estado de Massachussets. Ao regressar ao Brasil, foi nomeado pelo Governo Federal como Superintendente Nacional da Campanha contras Doença Venereas. Após mais um segundo estagio nos Estados Unidos, desta feita em Nova York, assume em 1951 a Diretoria da Divisão de Assistência da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.
O professor Urcicio Santiago, foi um dos fundadores da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, onde acumulou as funções de Professor Catedratico de Organização e Administração Sanitária e da Cadeira de Higiene do Curso de Medicina. Na sua extensa atividade acadêmica, foi livre docente de Higiene e Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e Professor Titular de Higiene da Universidade Estadual de Feira de Santana.
Em 1958, Sesquicentenário da Fundação da Escola de Cirurgia da Bahia, precursora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal, primaz do Brasil, Urcicio Santiago torna-se um dos fundadores da Academia de Medicina da Bahia na qual é eleito por aclamação primeiro Vice-Presidente e posteriormente Presidente. Como Jornalista, colaborou na Bahia com o Jornal A Tarde e outros periódicos nacionais. Como Historiador publicou diversos trabalhos dentre eles: A Medicina Preventiva Através da História; Octavio Torres - O Benfeitor dos Lazaros; Raizes Historicas da Misericordia na Bahia; Vida e Obra de Alberto Silva; este ultimo livro premiado postumamente com a medalha de Ouro, na categoria ensaio, em concurso da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES) e a Musa dos Verdes Anos, primeiro lugar na categoria poesia no mesmo concurso. Além do que, cultivou uma rica vida associativa: Membro Titular da Academia de Medicina da Bahia; Membro da Academia Nacional de Administração Hospitalar e do Instituto Bahiano de História da Medicina; Membro Honorario do Instituto Brasileiro da História da Medicina e Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES).
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Recebeu Medalhas e Condecorações: Medalha Carlos Chagas; Medalha Oswaldo Cruz; Medalha do Mérito Social e do Mérito Médico. O nosso confrade Urcicio Santiago além de tudo revelou-se um apaixonado poeta.
Em momento lúdico desta solenidade trago aos senhores de Urcicio Santiago o poema: Versos de Bodas de Ouro, dedicado ao jubileu de ouro do seu casamento.
“Tantas coisas no mundo se passaram
Desde o dia em que nos enamoramos!
Nossas juras de amor, porem restaram
Sempre firmes, porque nos amamos!
E chegamos assim aos cinquent’anos
De vida conjugal mais feliz!
Tivemos a filha que amamos, sonhamos
Compondo esta familia
Que Deus quis!
Urcicio Santiago, considerado o Maior Sanitarista da Bahia, em editorial do Jornal A Tarde, faleceu aos 79 anos, em 22 de Julho de 1993.
Senhoras e Senhores Confrades e Confreiras
Passa a ser este um momento de grande privilégio que desfruto nesta solenidade, pela oportunidade que me é conferida de me referir ao Professor Thomaz Rodrigues Porto da Cruz, a quem em um misto de orgulho e vaidade sucedo como membro titular da Academia de Medicina da Bahia. Thomaz Cruz nasceu em Aracaju, Sergipe, em 29 de Dezembro de 1940.
Formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia em 15 de Dezembro de 1964, sendo o aluno laureado da turma. É filho de Carlos Rodrigues da Cruz e Celuta Porto da Cruz. Foi casado com Maria Angela Alves Teixeira, com quem teve tres filhos: Carlos, Isadora e Marla, esta última, médica como o pai e casada com o confrade Raimundo Paraná Filho. Thomaz Cruz como fruto deste primeiro casamento teve cinco netos: Mariana, Victoria, Cecilia João Pedro e Helena. Atualmente é casado com Maria Luiza Cesar Aragão (a Malu).
Em 1996, o professor Thomaz Cruz foi realizar o curso de Pós Graduação em Endocrinologia no New York Hospital da Universidade de Cornell de onde retornou ao Brasil em 1969. Na Bahia, passou a desenvolver em conjunto uma série de atividades: profissional, científica, acadêmica e associativa. Na atividade acadêmica, que exerceu no periodo de 1970 a 2010, o Professor Thomaz Cruz, foi professor Assistente, Professor Adjunto, e Livre Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Ainda na Faculdade de Medicina, acumulou os cargos de Coordenador da Residencia Médica, Chefe do Departamento Médico,
Coordenador da Disciplina de Endocrinologia e Doenças Metabólicas e chefe das enfermarias 3A; 1D e 2A, na qual tive o privilegio de estagiar sob sua orientação. Nestas atividades academicas, o Professor Thomaz Cruz formou uma pleiade de jovens endocrinologistas que seguindo os passos do mestre despontam de forma brilhante na especialidade em nosso estado e no país.
Posteriormente, ocupou o cargo de Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.
A sua produção cientifica se destacou pela qualidade e pionerismo dos trabalhos originais, dentre eles destaca-se o trabalho publicado no New England Journal of Medicine, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo, com o trabalho “Casos Fatais da Strongiloidiase durante o uso de Corticoides” e nas Doenças da Tireoide o trabalho que foi considerado como o primeiro relato no Brasil sobre “A Disfunção Tireoidiana Pós Parto”. Thomaz Cruz elaborou teses sobre Acromegalia, Hipercalcemia e Doenças Metabólicas. Apresentou trabalhos originais em congressos nacionais e em diversos paises produzidos conjuntamente com seu grupo de trabalho. Nestes congressos, se apresentava como destacado conferencista.
Desenvolveu importante atividade associativa como presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Bahia, Consellheiro do CREMEB, Secretario de Assuntos Científicos e Culturais da Associação Bahiana de Medicina, membro de sociedades internacionais na sua especialidade e Fellow of the American College of Physicians. Entre 1976 e 1987 presidiu dois congressos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia e dois Congressos Brasileiros de Diabetes.
Cumpre-me neste momento destacar que Thomaz Cruz é Ex presidente e atualmente Membro Emérito da Academia de Medicina da Bahia
Thomaz Cruz iniciou a sua atividade profissional como Endocrinologista na Clinica São Lucas, atuando ao lado de destacados nomes da medicina baiana em diversas especialidades. Graças a sua formação e competencia rapidamente consolidou o seu nome na especialidade, adquiriu numerosa clientela e tornou-se uma referencia na especialidade de Endocrinologia em nosso estado com repercussões no país e no exterior.
Inquieto, em paralelo as suas atividades de consultório em 1973 fundou o laboratório LEME, que consolidou-se como um respeitado e qualificado laboratório de analises clinicas em nosso meio. Vale ressaltar que para atingir esta posição o LEME contou com o apoio competente da sua filha Marla Teixeira da Cruz. O professor ainda encontrou tempo para editar livros, e dentre eles: Perfis do Meu Apreço, Agudas e Cronicas, Porto da Cruz, Transpoesia e Eu, Por mim Mesmo.
Além de tudo aqui relatado cumpre-me compartilhar com os senhores, que Thomaz Cruz era um apaixonado por arte e poesia e tinha em Fernando Pessoa e Luiz de Camões duas grande referencias. Esta paixão o levou a incluir no seu discurso de posse na Academia trechos que compõem o universo destes geniais poetas lusitanos, que em sua homenagem, mestre Thomaz, me permito aqui reproduzir dois destes trechos.
De Fernando Pessoa:
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Quando a alma não é pequena!
Quem passar além do Bojador
Tem que passar além da dor!
Deus, ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele, é que espelhou o céu!
De Camões
Cantando espalharei por toda parte
Se tanto me agradar o engenho e a arte!
E conclui o seu discurso com a citação:
Tudo farei por esta casa nossa
Que o espirito me ajude e a mente possa!
Por todas as razões aqui apresentadas, Professor Thomaz Cruz, é que justifico a minha honra e a minha emoção neste sodalicio, em estar assumindo a cadeira que foi ocupada por uma figura com o seu perfil e de tal relevância para a medicina da Bahia.
Prezados Confrades, Prezadas Confreiras, Senhoras e Senhores, peço mais uma vez a vossa compreensão para que eu possa neste instante dar asas e libertar toda minha incontida emoção ao manifestar um agradecimento muito especial ao amigo e confrade, Roberto Badaró, pela grandeza das suas palavras e referencias a minha pessoa certamente produto de uma longa e verdadeira amizade. Dedico a você Roberto, como testemunho desta nossa fraternal relação uma expressão de Jorge Amado! “O homem é capaz de cumprir o seu destino e pode fazê-lo, mesmo depois de morto, se em vida ele transformou a amizade em religião”!
Não poderia encerrar este magnifíco encontro sem estender um agradecimento particular aos confrades: Antonio Carlos Vieira Lopes, Jorge Pereira, Cesar Araújo pelo apoio e estímulo para que eu pudesse hoje estar aqui integrando este nobre sodalicio. Aos queridos sócios e companheiros de diretoria do Hospital da Bahia, minha eternal gratidão pela lealdade, competencia e determinação em conduzir junto comigo o meus sonho e os destinos da nossa instituição.
Aos queridos amigos, que aqui vieram compartilhar comigo este momento de tanta relevância e de forma especial aqueles que vieram do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e João Pessoa. A minha família: irmãos cunhadas, cunhado, sobrinhos e primos o meu eterno carinho! Aos meus pais, José Mendes e Valda, a minha saudade e gratidão, pelos valores que me foram transferidos, que se transformaram em régua e compasso, instrumentos essenciais para o desenho da minha trajetória e da minha existência. A Tia Edinha, minha sogra, grande companheira de festivos e alegres momentos. Com amor, a Tania, minha mulher, eterna companheira e cúmplice de toda a nossa história. Meu filho Dinho, o meu Eu revivido, meu melhor amigo, meu parceiro e melhor companheiro. Minha querida filha Marianna, minha sombra, minha continuidade, pela cumplicidade, apoio e participção ativa em todos os meus projetos de vida, e por dar sequência a minha carreira profissional com tanta dedicação e brilhantismo. A Samir meu genro, e Cassinha minha nora, tornados filhos, e pela convivência transformados em amor! Aos meus netos Giovanna, Maria Clara, Rafinha e Jadelson Neto, que ao nascerem me fizeram enxergar claramente que viver, vale a pena! Quem sabe um dia, possa estar neles projetado o futuro desta Academia!
Obrigado a todos!