Estamos comemorando o sexagésimo terceiro aniversário da venerável Academia de Medicina da Bahia, fundada em 10 de julho de 1958 e instalada solenemente, por imperativo do falecimento do Papa João XXIII, a 17 de julho do mesmo ano, no salão nobre da Academia de Letras da Bahia.
A Academia de Medicina da Bahia surgiu com os mais elevados propósitos de preencher uma lacuna até então existente no meio médico - cultural da Bahia.
Seus idealizadores foram os médicos Jayme de Sá Menezes, Urcício Santiago e José Ramos de Queiroz, depois de um encontro fortuito entre eles, na rua Virgílio Damásio, transversal da rua Chile, esquina com a rua da Ajuda.
A rua Chile era o local onde se localizavam os consultórios médicos de então e de reunião da alta sociedade baiana para o tradicional chá da loja Duas Américas e o Footing, então assim chamado, da loja Sloper até o palácio Rio Branco, sede do governo.
Neste momento solene, rendemos nossas homenagens e agradecimentos aos fundadores e a todos os presidentes e diretorias que nos antecederam.
Iniciaremos nossa fala do mesmo modo que o acadêmico Jayme de Sá Menezes o fazia, citando a transcrição de um trecho da comédia portuguesa de Sá de Mranda, intitulada os Vilhalpandos:
“ Falai em tudo verdade,
A quem em tudo deveis.”
Estamos encerrando a gestão da Academia do biênio 2019-2021, para o qual havíamos sido reeleitos em 2019.
Sempre imbuídos da máxima de Joseph Renan, filosófo francês:
“ Fazer sempre o bem, buscar sempre o bem, buscar sempre a verdade e realizar o belo” .
Seria estafante enumerar as conquistas alcançadas, cumprindo tudo que prometemos, e apresentado na assembleia geral de prestação de contas.
Pretendemos apenas destacar o fato inusitado de termos hoje as 50 cadeiras do nosso sodalício ocupadas por eminentes confrades e confreiras, que honram sobremaneira os nomes dos patronos e ocupantes anteriores.
Em comemoração ao fato, um painel será afixado amanhã, na nossa sede na Faculdade de Medicina da Bahia, contendo as fotografias de todos os membros titulares e eméritos.
Humildemente creditamos o êxito atingido aos componentes da diretoria, um grupo de pessoas comprometidas com as causas da academia, sempre disponível para discutir ideias e trabalho.
Em nome da academia, dizemos obrigado a Bernardo Galvão, Roberto Badaró, César Araujo, Leila Maria Araújo, Luiz Antônio Freitas e Jorge Pereira.
Um agradecimento muito especial à dra. Vera Lúcia Actis de Freitas, competente assessora da diretoria.
De modo especial, a academia agradece aos confrades Gilson Feitosa, membro e coordenador da comissão científica, a Jorge Pereira e Mitermayer Reis, membros da citada comissão, pelo notável trabalho de organização e coordenação das sessões por todos elogiadas.
Aproveitamos o ensejo para entregar os diplomas com moção de agradecimento.
Gilson Soares Feitosa
Jorge Luis Pereira e Silva
Mitermayer Galvão dos Reis.
Expressamos aos estimados confrades e confreiras a nossa gratidão pela tolerância e apoio incondicional aos nossos atos.
Quis a assembleia geral de 17 de maio de 2021 reconduzir, por unanimidade dos presentes, e excepcionalmente, a diretoria atual que ora encerra seu mandato para um novo biênio de gestão, em 2021-2023.
Naquela ocasião, tomado de forte comoção, agradecemos todas as manifestações de reconhecimento pelo dedicado trabalho de uma diretoria que se empenhou ao máximo para o engrandecimento e renome do nosso sodalício.
A nova diretoria empossada promete mais esforço e inovações para o biênio vindouro.
Lamentamos o pedido de afastamento do nobre confrade Gilson Feitosa da comissão científica, por achar cumprido o seu papel e acreditar no rodízio como um fator de desenvolvimento, fato que foi lamentado por todos, tal o seu brilhante desempenho como seu coordenador e coordenador das sessões científicas, juntamente com Mitermayer Reis e Jorge Pereira.
Do mesmo modo e alegando os mesmos motivos, o ilustre confrade Roberto Badaró deixa a diretoria e assume a coordenação da comissão científica, com a enorme responsabilidade de substituir o confrade Gilson Feitosa na difícil missão.
Convocamos o ilustre confrade Jorge Cerqueira para assumir a diretoria de acervo.
Experiente, presidente do instituto de história da medicina e ciências afins, além de sua longa trajetória no corpo conselhal do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia, onde ocupou diversos cargos, inclusive o de presidente, saberá cuidar do nosso acervo, representado pelos anais, agora digitalizados, e documentos.
Daremos importância especial ao debate dos problemas de saúde pública e do ensino médico. Para tal, foram convidados os confrades Mitermayer Reis e Antônio Alberto Lopes, para coordenar as comissões permanentes de saúde pública e ensino médico e assuntos estudantis, respectivamente.
Pretendemos evoluir para uma academia aberta, onde seja discutida ciência médica, sobretudo, mas que avancemos para o debate dos problemas sociais que nos afetam e para o que esperamos contribuir, apresentando propostas de soluções.
Criamos o prêmio acadêmico Jayme de Sá Menezes, para ser outogardo anualmente ao confrade ou pessoa estranha ao nosso sodalício, que tenha contribuído para o desenvolvimento da medicina ou ciências afins.
Enquanto comemoramos tantos fatos prazerosos, não há como fugir a um triste registro.
Queremos nos referir ao desaparecimento de queridos confrades, encantados, no dizer de Ronaldo Jacobina, e que conosco conviveram e se dedicaram aos mesmos ideais, e, que para sempre deixaram em nossos corações a imagem dos seus vultos inesquecíveis:
Rodolfo Teixeira, Agnaldo David de Souza, Armênio de Souza Guimarães, Thomaz Rodrigues Porto da Cruz, Elsimar Metzker Coutinho, Zilton Andrade, Luiz Carlos Calmon Teixeira e Roberto Santos.
Em discurso proferido 1978, o saudoso confrade idealizador e fundador da Academia de Medicina da Bahia, Jayme de Sá Menezes disse:
“As academias hão de ser órgãos de cúpula, consagratórios, o que absolutamente não traduz inércia, conservadorismo e, muito menos, reacionarismo.
O que a elas incumbe, por força mesmo do seu espírito, é promover a consagração dos a quem coube, moços ou velhos, a distinção no trato da cultura, na elaboração do pensamento, na profundidade e filosofia do saber.”
Com estas sábias palavras, encerramos nosso pronunciamento de posse .
Deus seja louvado!
Muito obrigado!